quinta-feira, 15 de outubro de 2009

ABAIXO DE ZERO GRAUS

Hoje saí às 8 horas e pouco para ir ao supermercado. Criei coragem de olhar a cara da rua depois de ver o termômetro externo marcando -3,65 graus e, também, porque minha barriga já começava a querer dar seu show de fome. Eu tinha que comprar pelo menos leite para o café da manhã, dentre uma lista de coisas não tão imprescindíveis. Fiz a maratona de colocar roupas sobre roupas, mais echarpe, mais gorro, mais casaco, mais meias, mais tênis e lá fui eu. Sempre, todo o esforço de tantas roupas são compensados por uma natureza e vida rica em detalhes curiosos para uma criatura como eu que me renovo na natureza.

Comecei apreciando o frio no meu rosto misturado com o calor gostoso do sol matutino. Um belo dia de sol abaixo de zero graus no colorido do outono.

Observei um carro sair. Fiquei imaginando que ele iria demorar um século para pegar. Os carros no Brasil, até bem pouco tempo, em qualquer tempozinho bobiça de frio dava trabalho para pegar... a injeção eletrônica chegou também para amenizar esse problema. Foi só a mulher dar a partida e lá estava o motor jogando sua fumaça de vapor pelo escape. Só que quando foi sair patinou e fiquei mais curiosa. depois que ela saiu observei que no lugar das rodas já havia gerado uma certa cavidade, sei lá porque, mas coincidem quatro cavidades com o lugar dos pneus. E nas cavidades haviam se formado poças de água que com o frio abaixo de zero as congelou. Eu que vivi a maior parte de minha vida no Nordeste do Brasil, esse tipo de experiência está para lá de longe da nossa vivência no dia a dia sob um sol equatoriano. Caramba! daí imaginei o problemão quando gela nas calçadas e vou confessar: tô com o maior medo de levar escorregões. Minhas duas últimas experiências não foram nada interessantes. Na primeira, fraturei duas costelas e na segunda, passei mais de dois meses com a perna direita doendo sempre que puxava mais o passo.

Continuando meu passeio ao supermercado...aqui qualquer coisa que faço na rua é um passeio gostoso, mesmo quando volto do supermercado com quilos na mochila nas costas e mais outros nas sacolas de mão...passei por uma creche e vi aquelas criaturinhas pequeninhas cheias de roupas e mais roupas coloridas e casacos e luvas e gorros que mais pareciam uns tatu-bola. Dá a impressão de que se elas caírem vão sair rolando. Mas nem isso tira a alegria e peraltice dos pequenos sob o olhar das cuidadoras. Brincavam com a terra, nos brinquedos, carrinhos, nas árvores, com as plantas, etc. normal! Aliás, brincavam bem mais que muitas crianças brasileiras que vivem sob o cuidado excessivo de alguns pais. Uma delas, muito pequena, pegou um monte de folhas secas coloridas que se juntam aos milhares no chão nessa época e saiu agarrada com aquele pacote entre os braços, com a maior cara de danação e risos de peraltice, e jogou toda feliz no escorregador. Coisas simples e bonitas do dia a dia que muitas vezes deixamos de apreciar pela correria que nos impomos.

É isto!

E vão aqui algumas fotos que tirei hoje cedo do gelo nas folhas secas no chão. Amplie, clicando na imagem.








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