quarta-feira, 4 de abril de 2018

TULIN TAKAISIN SUOMEEN :)


Olá pessoal,


Depois de 5 anos ausente desse blog e da Finlândia e vivendo no Brasil, retornei em dezembro para essa terra maravilhosa. País que realmente respeita seus cidadãos e é inteiramente voltado à constante melhoria da qualidade de vida de todos os seus residentes. Aqui ética é natural. As instituições, além de realizarem bem os serviços que lhes são designados,  constantemente estão em busca de aperfeiçoamentos de modo que o cidadão tenha acesso fácil, descomplicado, rápido e por vários meios possíveis. Então, claro que isso é um estresse a menos, pois sabemos que teremos solução para o que procuramos e não vamos encontrar mais dois ou três problemas que se juntam ao primeiro como em países ainda não desenvolvidos como o nosso querido Brasil.

Criei esse blog com dois grandes propósitos:

1. facilitar a todos o acesso a informações sobre a Finlândia de forma organizada e prática, que para mim era muito difícil de encontrar antes de começar esse trabalho;

2. demonstrar a nós brasileiros que um país tem ser construído unicamente pelo povo, pela definição clara do que desejamos, como integrantes da sociedade, de que tipo de país e vida queremos para nós mesmos. Nós, o povo, é que somos o Presidente do país. A pessoa que ocupa o posto de Presidente do Brasil é somente para executar o que nós, o povo brasileiro, queremos para nossa sociedade, para nosso país. No Brasil essa relação é invertida.

O primeiro objetivo consegui atingir. Tanto que passei cinco anos sem acrescentar nada ao blog e continuam acessos diários na média de trinta no total e com satisfação e elogios.

Em relação ao segundo objetivo tenho consciência que é trabalho de formiguinha. Mas, para minha consciência é importante dizer e mostrar o que penso mesmo que ninguém aceite. Faço a minha parte.

Lamentavelmente, o brasileiro tem o péssimo hábito de passar suas responsabilidades para outros... E claro que em tudo que exige trabalho, esforço, dedicação: educação dos filhos, planejamento e desenvolvimento do lugar onde mora, condomínio, igreja, escola,  no trabalho, associações, seu bairro, cidade, estados, região, país, etc. É o jogo do "empurro que quero sombra". Não sabe assumir seu papel de cidadão, não sabe o que é ser protagonista de sua história construída por ele mesmo dentro do conjunto da sociedade.

Assim é que, infelizmente, a maior parcela do povo brasileiro delega o poder de escolha sobre os rumos de suas vidas aos políticos. Para o político, os que nele votaram são anônimos, então na verdade não tem a quem prestar contas de seus planejamentos e ações. Por outro lado os seus eleitores simplesmente passam a bola com toda responsabilidade para esses mesmos políticos. E essa é uma conta que sempre vai dar no mesmo resultado: eleitores/cidadãos sem dirigirem seus destinos, viram marionetes. Os políticos sem ter quem lhes cobre, encobrem-se atrás de cada vez mais poder e vão se enredando na rede do jogo de quem tem mais poder e da corrupção, para lhes manterem na rede, alimentada pelos grupos que participam.

A nação brasileira conseguirá vencer e destruir essa rede do mal que vem tomando conta do país desde os tempos da colonização, quando, e somente quando, a maior parcela do povo brasileiro entender, aceitar e assumir suas próprias responsabilidades como cidadão. Não entregar suas prerrogativas a ninguém, a político nenhum, ou "doutor" que seja, e sim, além de assumir seu lugar de protagonista responsável pela construção do que acredita ser melhor para si e para todos e sempre buscando possibilidades de melhoria. Assim um país tem mais chances de se desenvolver e entrar e participar dos rankings de igual para igual. É por isso que os países considerados "top" estão sempre entre os dez primeiros lugares - não param de buscar melhorias a partir do que já construíram.

Aliás, aqui está outra demonstração da acomodação brasileira: se há um modelo que deu certo, então aplica-se no Brasil tal e qual. Isso é da maior ignorância que se pode conceber. Como o modelo econômico americano aplicado tal e qual no Brasil. Começa que uma das premissas do modelo americano para que dê certo é que todos tenham iguais oportunidades. E vamos combinar, que isso no Brasil não existe.

Outro fatos a se considerar é que cada pessoa tem suas próprias características e comportamentos, assim como as famílias, os residente em um mesmo lugar, cidade, região ou país do mesmo modo. Portanto, as pessoas são diferentes, seu modo de pensar é diferente, seus valores são diferentes, anseios e prioridades do mesmo modo. Então, é óbvio, que nenhum modelo desenvolvido em outro grupo ou país terá 100% de probabilidade de dar certo em outro. Mas, o que se pode, e deve-se, é: a partir de modelos que deram certo fora, procurar adequar sua aplicabilidade e desenvolvimento de acordo com as suas próprias características e possibilidades.

Resumindo a história, e se ter uma ideia da ignorância do povo brasileiro....uma grande maioria acha que ser cidadão é votar. Isso e apenas isso. Brasileiro é, de modo geral, acomodado e simplista.

Toda essa conversa foi inspirada em um artigo que li sobre o, digamos, ministério do serviço social que completou 80 anos.

Ressalte-se que a Finlândia tem apenas 100 anos de existência como República que, em 1917 declarou independência da colonização russa de 200 anos. Daí em diante mergulhou em vários problemas  políticos, sociais e de saúde de onde, o povo finlandês foi tirando e aprendendo importantes lições que as aproveitou muito bem, para sair de um país pobre, sem recursos, de base agrícola até somente 30 anos atrás, para um país moderno, desenvolvido, igualitário, com altos índices inclusive de qualidade de vida, e ainda considerado modelo em muitos quesitos: educação, segurança social, dentre outros.

Conheça um pouco como um país essencialmente capitalista conseguiu se desenvolver para ser um país moderno e competitivo mas que, também, proporciona igualdade de direitos a todos, acesso a educação, saúde e segurança social de qualidade e praticamente gratuitos.

A seguir, a história do desenvolvimento da segurança social na Finlândia, a partir de 10 importantes reformas que vem sendo constantemente melhoradas e adequadas aos dinâmicos contextos da sociedade finlandesa. Nesse resumo, copiado da página do KELA e sobre o qual fiz tradução livre mostra que tipo de valores são importantes para os finlandeses e como eles são imprescindíveis para estarem onde estão:

1. Ideia inovadora: todos têm direito a receber ajuda
A Lei de Socorro aos pobres de 1922 exigia que os municípios ajudassem os que estavam em dificuldades. Esta tornou-se a base para um novo tipo de segurança social.



2. A pensão nacional tirou os idosos da pobreza
Em 1937, a Lei Nacional de Pensões deu a todos os finlandeses o direito a uma pensão. Cerca de vinte anos depois, as pensões aumentaram significativamente. Sem essas reformas, os idosos da Finlândia seriam mais desiguais, mais pobres e dependentes da boa vontade de seus parentes.






3. Subsídios de maternidade levaram as mães às clínicas de maternidade
Na Finlândia de hoje, parece claro que as gestantes procuram atendimento pré-natal. Mas, a apenas 80 anos atrás, esse não era o caso. Então, um meio eficaz foi encontrado: bolsas de maternidade, que exigiam visitas ao médico ou à parteira. Subsídio de maternidade entrou em uso em 1938.




4. Apoio para famílias com crianças
Depois da guerra, houve um boom de crianças nascidas na Finlândia. O Parlamento da Finlândia decidiu por unanimidade que as famílias com crianças precisavam de apoio. Desde 1948, todas as famílias com crianças recebem benefícios para crianças que equaciona os custos entre famílias com crianças e outros agregados familiares.





5. Mais saúde e igualdade na Finlândia
Antes do seguro de saúde em 1964, as doenças eram um problema significativo para muitos finlandeses. Nem todos podiam pagar cuidados de saúde e medicamentos, e o sistema de seguros baseado no local de trabalho era muito desigual. O seguro de saúde nacional contribuiu para a igualdade e a saúde dos finlandeses.





6. Serviços de saúde convenientemente em um só lugar
Em 1972, a Lei de Cuidados Primários de Saúde modificou significativamente os cuidados de saúde finlandeses. Isso exigia que os municípios realizassem os cuidados primários de saúde e fornecessem serviços médicos acessíveis a todos. Todos os municípios tiveram que criar um centro de saúde local.





7. Todos têm a oportunidade de estudar
Desde 1969, os estudantes finlandeses recebem um empréstimo estudantil garantido pelo estado. Desde 1972, eles também recebem doações que não precisam ser pagas. O objetivo da ajuda financeira estudantil é garantir oportunidades iguais de estudo para estudantes de diferentes origens, já que a educação também é um importante ativo para a sociedade.





8. Creches locais facilitam o emprego das mulheres
Desde 1973, os municípios têm fornecido locais/creches a preços acessíveis para as crianças em idade pré-escolar serem cuidadas durante os dias de trabalho de suas mães. Ao mesmo tempo, a criança recebe educação infantil de alta qualidade.





9. Assistência social básica em todo o país
A assistência social pode ser recebida se a renda de alguém for insuficiente para viver. No início de 2017, a assistência social básica foi transferida do municípios para o KELA de modo a garantir que os clientes sejam tratados da mesma forma independentemente do seu local de residência e assim reduzir as barreiras para a procura de apoio.





10. Segurança social mais simples e de maior apoio
O sistema de previdência social da Finlândia é complexo e nem sempre pode atender às necessidades atuais. Portanto, uma pesquisa de renda básica está em andamento na Finlândia entre 2017-2018, para oferecer dados de pesquisa, que poderão ser usados ​​para reformar a previdência social.



FONTE: KELA http://blogi.kansanelakelaitos.fi/arkisto/4329

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