terça-feira, 26 de agosto de 2008

Aspectos da Finlândia

Parte de reportagem feita por Regina Motta para Viagem e Turismo publicado pela Editora Abril (sem data)
http://viajeaqui.abril.com.br/indices/edicoes/conteudo_242791.shtml?page=4


Helsinque fica a 16 horas de Estocolmo, cruzando o Mar Báltico. Passa voando se você travar conhecimento com uma das figuraças que pululam nesses cruzeiros marítimos. Meu companheiro de viagem foi Alexander Helis, americano que estava a caminho de São Petersburgo, onde uma família russa iria hospedá-lo durante os seis meses de um curso de piano. O sol começa a despontar no horizonte e o povo que dança na discoteca percebe que é hora de dormir um pouquinho antes do desembarque. Dou meu e-mail ao meu mais novo amigo, ele me dá o seu. Peço-lhe que me mande notícias russas. E ponho os pés na Finlândia.

Na capital vivem 560 mil habitantes de um país que registra a menor densidade demográfica da Europa, já que dois terços de seu território encontram-se acima do Circulo Polar Ártico. No verão, a temperatura chega a 20 graus, calorão para os finlandeses. Mas parece que o inverno nunca os abandona em definitivo, e no final da tarde um ventinho frio sempre sopra. Prudentes, os bares costumam equipar suas cadeiras com um discreto cobertorzinho. E o povo não desanima, toma cerveja debaixo do cobertor. Desnecessário dizer que nenhum finlandês tem o hábito de levar o tal cobertor para casa. Único país escandinavo a adotar o euro, a Finlândia é especialista em eletrônicos. Na terra da Nokia, 82 entre cada 100 habitantes têm celular.

Sede da Nokia na cidade de Espoo/Finlândia

Mas Helsinque tem muito mais a mostrar do que um bando de gente falando ao telefone na rua. Na região central, especificamente na Praça do Senado, uma enorme igreja branca no topo de uma escadaria chama a atenção. É a Catedral Luterana, construída por C.L. Engel em 1850. A algumas quadras dali está outra obra de arte, a Catedral Uspenski, considerada a maior igreja ortodoxa da Europa. Não deixe de visitar a Igreja de Temppeliaukio, construída dentro da rocha que lhe dá nome, onde, além de missas, são realizados concertos, devido à sua excelente acústica.
O almoço na feira que acontece diariamente na Praça do Mercado Kauppatori é um acontecimento. Pratos típicos custam o preço justo. E é também dela que partem os passeios para algumas das 350 ilhas que circundam a capital. Os passeios, que são inúmeros, duram de uma hora e meia a três horas.

Castelo de Suomenlinna/Finlândia

As principais ilhas são a Suomenlinna, onde há uma linda fortaleza do século 18, e a Santahamina, com duas sepulturas vikings atestando que os bárbaros navegavam por aquelas bandas. O barco percorre ilhas onde os finlandeses têm casas de fim de semana. A maioria delas tem sua sauna pertinho do mar, para facilitar aquele banho gélido. O finlandês, diga-se, é completamente louco por sauna. Fala-se em 2 milhões delas no país.

No final da tarde, arrisque uma caminhada à beira-mar partindo da praça do mercado com destino ao famoso Café Úrsula. Durante o caminho, vi uma cena curiosa: um bando de gente de maiô e escovão na mão, ao lado de varais de madeira com tapetes coloridos secando ao sol. Anneli Tirri, uma economista aposentada, me explicou o que acontecia por lá. Eu acabara de presenciar uma tradição do verão finlandês: a lavagem dos tapetes. Anualmente, eles fazem esse ritual de limpeza em grupo, cuja simbologia é algo como estar com a casa lavada.
Não me lembro da última vez que mandei meus tapetes para a lavanderia. Mas, com certeza, voltei da Escandinávia de alma lavada.

LINDOS E LOIROS
É inevitável. Quando alguém começa a narrar uma viagem pela Escandinávia, logo surgirão no papo as pessoas altas, loiras e de olhos claros que conheceu por lá. O professor Aguinaldo Luiz Simões, do Departamento de Genética da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, explica por que os escandinavos parecem saídos direto das passarelas de moda para as ruas.

HERANÇA DOS VIKINGS
Os vikings, o primeiro povo a ocupar a região, eram geralmente loiros, altos e de olhos claros como os escandinavos de hoje. As características permaneceram porque não houve miscigenação.

FALTA DE LUZ SOLAR
A pele branca absorve muito mais os raios solares que a pele negra. Como a vitamina D proporcionada pelos raios solares é necessária ao homem, suspeita-se que a característica foi uma adaptação que permitiu a ocupação de regiões do planeta em que há pouca luz, como a Escandinávia. Um negro teria dificuldades em absorver a vitamina D da luz solar em países como a Finlândia, por exemplo.

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